IFRS 18: conheça as principais mudanças nas demonstrações financeiras

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Para ajudar investidores e demais stakeholders a analisarem o desempenho financeiro de uma empresa, o IASB (sigla em inglês para Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade) [FJ1] criou a IFRS (Normas Internacionais de Relatórios Financeiros) [FJ2] 18. O objetivo é tornar os números mais transparentes, aumentar a comparabilidade e facilitar a análise das demonstrações contábeis.

A norma foi publicada em abril de 2024 e substitui a IAS (Normas Internacionais de Contabilidade) 1, equivalente à CPC 26 no Brasil, que normatiza a apresentação de demonstrações financeiras. As mudanças começam a valer para os exercícios iniciados a partir de 1º janeiro de 2027, mas as companhias já podem começar a se preparar, atualizando relatórios e sistemas gradualmente.

A seguir, listamos as principais novidades trazidas pela IFRS 18. Siga com a gente!

  • Novos padrões na DRE (Demonstração do Resultado do Exercício)

Atualmente, não existe uma especificação de como os números devem ser apresentados na DRE[FJ3] . Entre as principais mudanças, a nova norma definiu dois subtotais obrigatórios: [FJ4] lucro operacional e lucro antes do resultado financeiro e imposto de renda e contribuição social. Embora o dado já seja divulgado por algumas organizações, não há um padrão de cálculo – o que mudará com a IFRS 18, que  padroniza o modo como a conta deve ser feita.

Além disso, o texto cria cinco subgrupos para classificar despesas e receitas:

  1. Operacional: categoria padrão, onde devem constar receitas e despesas relacionadas ao core business e que não se encaixam nos demais grupos;
  2. Financiamento: despesas e receitas de todos os passivos que resultem exclusivamente da captação de financiamento, além de juros sobre outros passivos;
  3. Investimento: rendimentos e gastos provenientes de investimentos[FJ5] , caixa, equivalente de caixa[FJ6]  e outros aportes que gerem retorno separadamente a outros recursos da empresa;
  4. Imposto[FJ7]  sobre o lucro: inclui despesas e receitas oriundas da aplicação da IAS 12, ou seja, dos impostos que incidem sobre os lucros, e diferenças cambiais relacionadas;
  5. Operações descontinuadas: ganhos e perdas financeiras relacionadas a ativos não circulantes mantidos para vendas e operações descontinuadas, conforme números obtidos pela aplicação da IFRS 5.

No Brasil, a Lei 6.404/76, a Lei das S.A., já prevê a padronização de informações da DRE, ainda que de maneira diferente do que a nova norma do IASB prevê. Portanto, é possível que a legislação em questão seja alterada futuramente para adequar-se aos padrões internacionais. O processo dependerá de discussões técnicas, incluindo entidades como o CPC (Comitê de Pronunciamentos Contábeis) e a CVM (Comissão de Valores Mobiliários)

  • Regras para divulgação de medidas de desempenho

Algumas companhias divulgam métricas específicas, os chamados indicadores alternativos de desempenho, e que não constam nas normas contábeis, tais como fluxo de caixa livre e o EBITDA (Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização) ajustado. No entanto, as empresas não fornecem informações suficientes sobre como foram calculados e como estão relacionados aos subtotais da DRE.

Assim, a IFRS 18 determina que as companhias divulguem por que estão apresentando aquelas informações e expliquem as variações entre os períodos. Elas também terão que esclarecer, a partir de dados encontrados na DRE, como aquele resultado foi obtido, ou seja, devem apresentar uma reconciliação das medidas de desempenho.

  • Agrupamento de informações

Outra mudança importante prevista pela nova norma é o agrupamento das informações para que elas sejam mais organizadas e detalhadas, tornando-as mais úteis aos stakeholders. O texto estabelece como os dados devem estar organizados e se devem ser fornecidos nas demonstrações financeiras primárias – como balanço patrimonial e fluxo de caixa – ou nas notas.

Nesse ponto, há uma forte recomendação do IASB para que se evite agregações na categoria “Outros”.

  • Outras alterações

O IFRS 18 estabelece mudanças na apresentação e divulgação da Demonstração do Fluxo de Caixa (IAS 7), como determinar o “’lucro ou prejuízo operacional” como ponto de partida para a DFC no método indireto, além de pontuar que juros deverão ser apresentados nas atividades de financiamento e dividendos nas atividades de investimento. Anteriormente, as classificações de juros e dividendos na DFC poderia ser de acordo com a política contábil adotada pela empresa.

A IRKO conta com um time de especialistas atualizados que podem ajudar a sua empresa na adequação à IFRS 18 e demais padrões contábeis internacionais. Clique aqui e fale com um de nossos especialistas.

  • Aspectos relevantes

Com as alterações propostas pelo IFRS 18, as empresas devem revisar seus planos de contas e avaliar se alterações são necessárias na forma como as rubricas são agrupadas. Além disso, elas deverão preparar seus ERPs e sistemas auxiliares para atender as novas exigências da norma. Com data prevista de aplicação em 1º de janeiro de 2027, ainda há tempo hábil para as adaptações necessárias.

Sobre a IRKO

Com mais de 65 anos de atividade no Brasil, o Grupo IRKO está instalado desde 1970 em São Paulo, em dois escritórios (centro e Faria Lima). Contamos também com escritórios em Campinas e Rio de Janeiro.

Atuamos junto a empresas nacionais e multinacionais de diferentes portes e segmentos, e contamos com aproximadamente 600 colaboradores em nossas diversas operações e empresas.

Nosso quadro societário inclui profissionais com a mais alta qualificação e ampla experiência, como ex-sócios e diretores das conhecidas Big4, e contadores com certificação internacional (CPA e ACCA). Nosso time conta ainda com profissionais que atuam ativamente no grupo de implementação de normas internacionais de contabilidade junto à IFRS Foundation / IASB. Nossos sócios, por sua vez, integram Conselhos e Comitês de grandes companhias de capital aberto no Brasil, com trajetória comprovada nas melhores práticas de governança.

Em 2021, o Grupo IRKO passou a ser também membro da SMS Latinoamérica, rede com presença em 21 países, reconhecida internacionalmente e credenciada junto ao Fórum de Firmas do IFAC.

As empresas do grupo também figuram entre as principais do país em diversos segmentos, de acordo com a Leaders League, agência de rating internacional amplamente conhecida ao redor do globo. Esse reconhecimento inclui o ranqueamento da IRKO como líder no mercado brasileiro de BPO.


 [FJ1]Se o público alvo são os contadores, entendo que não é necessário explicar a sigla

 [FJ2]Se o público alvo são os contadores, entendo que não é necessário explicar a sigla

 [FJ3]Isso ocorre somente no IAS 1. A legislação brasileira difere da internacional e define um padrão para a DRE.

 [FJ4]São três subtotais: lucro operacional, lucro antes de financiamentos e tributos sobre o lucro, e lucro antes de tributos sobre o lucro

 [FJ5]Investimentos em coligadas e joint ventures

 [FJ6]Resultado e rendimentos de caixa e equivalentes de caixa

 [FJ7]Substituir por tributos

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