Se alguma vez você pensou em comprar um carro usado, provavelmente deve ter levado o veículo a um mecânico de confiança a fim de garantir que todas as partes do automóvel estivessem em dia. Quando se pensa em uma aquisição ou em uma fusão entre empresas, um processo parecido acontece, e ele é conhecido como Due Diligence.
Quer entender mais sobre o que é esse processo e quais benefícios que ele pode levar a sua empresa? Então, continue a leitura deste artigo!
O que é Due Diligence?
Due Diligence é um termo que, traduzido para o português, significa “diligência prévia”. Ser diligente, segundo o Dicionário Michaelis, é ter um cuidado ativo, um zelo, uma investigação sobre alguma coisa.
A tradução desse termo, então, aplicada ao contexto de aquisição ou fusão de empresas, explica bem o que ele é: uma investigação profunda sobre a real situação de determinado negócio que é alvo de interesse de outro.
É comum haver confusão com este processo e o de uma auditoria. Mas, apesar de serem semelhantes, o Due Diligence não chega a ser uma auditoria, já que ele visa apenas a análise de documentos que sejam relevantes para o resultado final do estudo, ou seja, não foca nos pormenores que uma auditoria analisa.
Isso porque um processo de Due Diligence costuma ter um tempo mais curto do que o de uma auditoria. Além disso, ele precisa ter a anuência da empresa que recebe o interesse da outra. Muitas vezes, o fim da análise não resulta no fechamento do negócio, então essas empresas alvo podem ser reticentes em se abrir totalmente e expor os detalhes de seus processos.
Mesmo assim, uma análise bastante abrangente é feita da empresa-alvo, buscando entender aspectos financeiros, previdenciários, contábeis, trabalhistas, imobiliários, jurídicos, entre outros. É a partir dessa visão detalhada que os riscos do negócio são entendidos e a transação pode seguir adiante ou não.
Quando iniciar um processo de Due Diligence?
Um processo de Due Diligence pode ser iniciado sempre que existir a chance de uma transação, como a incorporação de uma empresa, ou mesmo quando se busca entender os riscos e a viabilidade financeira de investimentos futuros.
No primeiro caso — aquisição ou fusão de empresas —, esse é, inclusive, um aspecto legal. As empresas que buscam algum negócio desse tipo são obrigadas por regulamentação a passar por esse processo com consultores e auditores habilitados.
Alguns empresários fazem esse processo por conta própria, mas não há viabilidade legal nos relatórios produzidos por eles. No entanto, eles fazem o processo internamente têm uma visão ampla e estratégica para poder basear investimentos futuros a partir das oportunidades e das ameaças que o ambiente propõe, diminuindo os riscos inerentes a qualquer investimento.
Quem é responsável pelo processo de Due Diligence?
Quando se busca uma documentação legal para comprovar o processo de Due Diligence, é necessária a contratação de consultorias ou auditorias especializadas nesse assunto. Vários são os profissionais que podem compor esse time, como especialistas em contabilidade, controladoria, finanças, recursos humanos, entre outros.
O tamanho do trabalho de cada um dependerá de qual o maior foco das informações que se busca. É bastante comum que a análise contábil, financeira e tributária ocupe boa parte do tempo do processo, mas também é importante a análise jurídica, por exemplo, para verificar os processos que a empresa tem e que podem se tornar um passivo no futuro.
Benefícios do processo de Due Diligence
São vários os benefícios que o processo de Due Diligence pode levar a uma empresa — e, aqui, falamos tanto de quando ele é realizado em vista de uma fusão como de quando ele é feito internamente, para analisar o resultado de possíveis investimentos. Confira!
1. Identificar oportunidades
Quando se inicia um processo de Due Diligence, o resultado fatalmente será um entendimento maior do negócio, tanto para o investidor quanto para a empresa-alvo. Com isso, é possível ter uma visão mais ampla de oportunidades de negócios que o ambiente oferece e a empresa pode aproveitar.
2. Expor fraquezas operacionais
Também relacionado a esse processo de autoconhecimento, o Due Diligence permite que se enxergue as principais fraquezas da operação do negócio, como redundância em processos, gastos tributários ou fiscais desnecessários, pouco relacionamento com o cliente, entre outras coisas. Com essas informações em mãos, é possível traçar um plano de ação para corrigir as eventuais falhas.
3. Ter uma visão ampla da realidade do negócio
Quando você enxerga oportunidades e descobre as fraquezas da sua empresa um novo horizonte se abre, afinal, é possível criar estratégias para também se prevenir das ameaças e enfatizar aquilo que se faz de melhor. Essa visão é importante tanto para a empresa que quer investir quanto para a empresa-alvo.
4. Conseguir investidores
Uma documentação auditada do processo de Due Diligence é um importante argumento para quem busca algum tipo de investimento no mercado. Por isso, fazer esse processo de maneira proativa é uma boa oportunidade para a captação de recursos.
5. Estar quite com os trâmites legais
Não chega a ser um benefício, mas, como dissemos, o processo de Due Diligence é uma obrigação quando se prepara uma possível fusão ou incorporação de empresas. Por isso, a contratação de especialistas no assunto é a maneira ideal para garantir que todo o processo esteja em conformidade com a legislação e as regulamentações do nosso país.
6. Ajudar a descobrir fraudes
Hoje, fala-se muito sobre governança corporativa e compliance, e esse é mais um benefício da Due Diligence, pois ela pode ser a base para a implementação ou para a melhoria dessas áreas. Além disso, ao buscar com profundidade a situação atual do negócio, é possível descobrir fraudes ou ilegalidades — propositais ou não — que podem se tornar um problema futuro.
Como você pôde observar, um processo de Due Diligence é relativamente complexo, mas todo o trabalho que ele eventualmente dá é proporcional aos riscos que ele diminui em uma eventual fusão de empresas.
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