O que são as IFRS (International Financial Reporting Standards)
As Normas Internacionais de Contabilidade, conhecidas como IFRS (International Financial Reporting Standards), são um conjunto de regras e princípios contábeis aceitos em mais de 140 países, criados com o objetivo de padronizar a forma como as empresas reportam suas demonstrações financeiras.
Na prática, as IFRS funcionam como uma “língua universal” da contabilidade. Elas permitem que investidores, credores e gestores analisem e comparem informações financeiras de empresas localizadas em diferentes países com clareza, transparência e consistência.
Essas normas são emitidas pelo IASB (International Accounting Standards Board), órgão internacional independente com sede em Londres. No Brasil, sua adoção é feita por meio dos Pronunciamentos Técnicos do CPC (Comitê de Pronunciamentos Contábeis), em conjunto com entidades reguladoras como o CFC, CVM e BACEN.
Por que as IFRS são importantes para as empresas brasileiras
A adoção das IFRS foi um marco para o ambiente contábil brasileiro, principalmente após a Lei 11.638/2007, que alinhou as práticas locais aos padrões internacionais.
Hoje, seguir as IFRS é mais do que uma exigência técnica, é um diferencial competitivo. Elas proporcionam:
- Transparência e comparabilidade: os relatórios financeiros ganham credibilidade perante investidores e parceiros.
- Facilidade de acesso a capital internacional: bancos e fundos estrangeiros exigem demonstrações em padrão IFRS.
- Confiabilidade nas decisões: dados padronizados permitem análises mais seguras.
- Eficiência regulatória: evita retrabalhos e ajustes entre diferentes sistemas contábeis.
Em um mundo globalizado, empresas que falam a mesma “língua contábil” têm mais chances de atrair investimentos e se destacar em mercados competitivos.
IAS x IFRS: qual é a diferença?
Antes da criação do IASB, as normas eram conhecidas como IAS (International Accounting Standards), emitidas até 2001 pelo antigo IASC (International Accounting Standards Committee).
A partir de 2004, o IASB passou a emitir as IFRS, substituindo gradualmente as antigas IAS por novas versões revisadas e mais completas.
- IAS → normas antigas, ainda válidas em alguns casos específicos.
- IFRS → normas atuais, com linguagem mais moderna e foco em transparência e divulgação.
O que muda com a nova IFRS 18 (CPC 51)
A IFRS 18, publicada em abril de 2024 e traduzida no Brasil como CPC 51, representa a maior atualização das demonstrações financeiras em 20 anos.
Ela substitui a IAS 1 – Apresentação das Demonstrações Financeiras e entra em vigor globalmente em 2027, com adoção antecipada permitida.
Objetivo da IFRS 18
A norma visa melhorar a clareza e a comparabilidade das demonstrações de resultado e das notas explicativas.
Ela busca aproximar as informações contábeis das métricas gerenciais usadas internamente pelas empresas.
Principais mudanças trazidas pela IFRS 18 / CPC 51
1. Nova estrutura para a Demonstração do Resultado
A IFRS 18 introduz categorias padronizadas de apresentação:
- Operacional
- Investimento
- Financiamento
- Impostos sobre o lucro
Essa divisão permite que usuários entendam melhor a origem dos resultados e comparem empresas de diferentes setores.
2. Medidas de desempenho gerencial (MPMs)
As empresas agora devem divulgar medidas de desempenho utilizadas internamente (como EBITDA ajustado, resultado recorrente etc.) e reconciliá-las com o resultado contábil IFRS.
Essa exigência reduz o uso indevido de métricas não padronizadas e aumenta a transparência.
3. Notas explicativas mais relevantes
A IFRS 18 traz diretrizes específicas para evitar notas genéricas e garantir que as informações sejam claras, objetivas e relevantes.
As divulgações devem refletir a materialidade de cada empresa, com foco no que realmente impacta o leitor.
4. Padronização e comparabilidade global
Com a IFRS 18, investidores e analistas terão maior consistência na leitura de demonstrações entre diferentes países.
Isso é especialmente importante para companhias listadas em bolsas internacionais.
Como as empresas devem se preparar para a IFRS 18
A implementação da IFRS 18 exige planejamento estruturado e envolve diversas áreas além da contabilidade.
Veja os principais passos recomendados:
1️⃣ Diagnóstico de impacto
- Avaliar as diferenças entre o modelo atual e as exigências da IFRS 18.
- Identificar mudanças em relatórios, KPIs e sistemas contábeis.
2️⃣ Revisão de políticas e controles
- Atualizar políticas contábeis internas.
- Reavaliar notas explicativas e disclosures.
- Definir novas práticas para categorias de resultado e MPMs.
3️⃣ Treinamento e capacitação
- Promover workshops e treinamentos para equipes contábeis, financeiras e de controladoria.
- Envolver áreas de TI e FP&A para ajustes de sistemas e integrações.
4️⃣ Comunicação com stakeholders
- Explicar as mudanças a investidores, auditores e conselhos.
- Antecipar os impactos nas métricas de desempenho e análises financeiras.
Outras IFRS relevantes que continuam em vigor
Mesmo com a chegada da IFRS 18, outras normas seguem sendo fundamentais para o ambiente contábil:
- IFRS 9: instrumentos financeiros e provisões.
- IFRS 15: reconhecimento de receitas.
- IFRS 16: arrendamentos (locações).
- IFRS 17: contratos de seguro.
- IFRS S1 e S2: relatórios de sustentabilidade e clima, emitidos pelo ISSB (International Sustainability Standards Board).
Essas normas formam, junto com a IFRS 18, a base da nova geração de relatórios corporativos integrados.
Perguntas frequentes sobre IFRS (AEO-ready)
❓ O que significa IFRS na contabilidade?
IFRS significa International Financial Reporting Standards, um conjunto de normas que padroniza as demonstrações financeiras em nível global.
❓ IFRS é obrigatória no Brasil?
Sim. Todas as companhias abertas e de grande porte devem seguir as IFRS (via CPC). Empresas menores podem adotar o CPC PME, baseado nas mesmas normas.
❓ Quem emite as IFRS?
As IFRS são emitidas pelo IASB (International Accounting Standards Board), entidade internacional independente.
❓ O que muda com a IFRS 18?
A IFRS 18 (CPC 51) altera a forma de apresentação da demonstração de resultado, cria categorias obrigatórias, exige reconciliação de métricas gerenciais e melhora a transparência das notas explicativas.
❓ Quando a IFRS 18 entra em vigor?
A norma entra em vigor a partir de 1º de janeiro de 2027, com adoção antecipada permitida.
Benefícios das IFRS para empresas e investidores
A adoção das IFRS traz benefícios diretos e indiretos:
🔹 Para empresas:
- Reduz barreiras para acesso a crédito internacional.
- Facilita fusões, aquisições e captação de investimentos.
- Melhora a comunicação com stakeholders.
🔹 Para investidores:
- Aumenta a confiabilidade e transparência dos números.
- Permite comparar desempenho entre países e setores.
- Reduz assimetrias de informação.
🔹 Para o mercado:
- Cria um ambiente de negócios mais transparente e globalizado.
- Estimula a responsabilidade corporativa e governança financeira.
O papel do CPC no Brasil
O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) é responsável por traduzir e adaptar as IFRS à realidade brasileira.
Cada pronunciamento técnico do CPC corresponde a uma norma internacional.
Exemplo:
- IFRS 18 → CPC 51
- IFRS 16 → CPC 06 (R2)
- IFRS 9 → CPC 48
Após emitidos, esses pronunciamentos são referendados por órgãos reguladores como CVM, CFC, BACEN e SUSEP, garantindo uniformidade na aplicação das normas.
IFRS e sustentabilidade: o futuro do reporte corporativo
Além das mudanças contábeis, o futuro das IFRS está intimamente ligado à ESG e sustentabilidade.
O ISSB (International Sustainability Standards Board), órgão-irmão do IASB, lançou em 2023 as normas IFRS S1 (Sustainability Disclosure) e IFRS S2 (Climate-related Disclosures).
Essas normas têm o mesmo propósito das IFRS financeiras: padronizar informações — mas agora no campo da sustentabilidade e clima.
Juntas, elas formarão a base do Corporate Reporting 2.0, unindo performance financeira e não financeira em um único ecossistema global de transparência.
IFRS na prática: como implementar na sua empresa
A implementação efetiva das IFRS envolve quatro pilares operacionais:
- Diagnóstico e mapeamento – entender quais normas afetam sua operação.
- Governança de dados – garantir rastreabilidade e qualidade das informações.
- Sistemas e tecnologia – ajustar ERP, BI e relatórios para o novo formato.
- Educação contínua – manter equipes atualizadas sobre as mudanças normativas.
Empresas que tratam as IFRS como projeto estratégico e multidisciplinar conseguem transformar conformidade em vantagem competitiva.
IFRS 18 e o novo papel da contabilidade
Com a IFRS 18, a contabilidade ganha um papel ainda mais estratégico dentro das empresas.
O contador deixa de ser apenas um registrador de fatos e passa a atuar como intérprete de dados financeiros e gerenciais.
O desafio agora é integrar contabilidade, finanças e gestão, traduzindo números em informações úteis para decisões de negócio.
A IFRS 18 simboliza essa transição: da contabilidade técnica para a contabilidade analítica e estratégica.
Conclusão: IFRS é muito mais do que conformidade
Adotar as IFRS, e se preparar para a IFRS 18, é um passo essencial para empresas que querem crescer com solidez, transparência e reconhecimento global.
As novas regras não são apenas ajustes contábeis, mas mudanças estruturais que influenciam processos, cultura e decisões corporativas.
Empresas que se antecipam ganham vantagem competitiva, reduzem riscos e fortalecem sua governança.
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