Entenda como escolher entre lucro real e lucro presumido em 2026 e saiba como o planejamento tributário pode gerar economia e segurança para sua empresa.
A importância do planejamento tributário no cenário atual
Estamos entrando no segundo semestre de 2025 e já é hora de pensar no próximo exercício. O planejamento tributário nunca foi tão importante, especialmente diante da Reforma Tributária, das mudanças na legislação e da necessidade crescente de eficiência financeira nas empresas.
O regime de tributação é um dos pontos centrais desse planejamento, pois define a forma como a empresa apura e paga seus impostos. A escolha entre lucro real anual, lucro real trimestral ou lucro presumido não deve ser tratada como uma formalidade, mas como uma decisão estratégica.
Tomar a decisão correta pode representar economia significativa, melhorar o fluxo de caixa e reduzir riscos fiscais. Por outro lado, escolhas equivocadas podem elevar a carga tributária e até gerar contingências com o fisco.
Por que decidir agora sobre o regime de 2026?
Muitos gestores deixam para revisar o regime de tributação apenas no início do ano, mas essa prática pode ser arriscada. O ideal é usar os últimos meses de 2025 para projetar cenários e testar hipóteses.
Esse período é estratégico porque:
- Os dados de 2025 já estão consolidados em grande parte – o que permite usar informações reais para simular 2026.
- Há tempo para ajustes internos – como revisão de processos contábeis e atualização de sistemas.
- É possível comparar diferentes cenários de forma calma e técnica – sem a pressão do prazo legal de início do exercício.
Portanto, planejar agora garante que a empresa entre em 2026 preparada, sem surpresas desagradáveis.
O que é o lucro real?
O lucro real é o regime em que a base de cálculo do IRPJ e da CSLL é o lucro líquido contábil, ajustado por adições, exclusões e compensações previstas na legislação fiscal.
Ele pode ser apurado de duas formas:
- Lucro real anual: o resultado é consolidado no fim do exercício, com recolhimentos mensais por estimativa.
- Lucro real trimestral: a apuração é feita a cada trimestre, com ajustes mais frequentes.
Vantagens do lucro real
- Permite aproveitar prejuízos fiscais e compensar em períodos subsequentes.
- Garante dedutibilidade de despesas desde que atendam aos critérios legais.
- Pode reduzir a carga de PIS e Cofins, pois possibilita o regime não cumulativo com crédito sobre insumos.
Desvantagens do lucro real
- Exige maior rigor contábil e fiscal.
- Custo operacional mais elevado com controle e auditoria.
- Risco maior de autuações se as deduções não forem corretamente documentadas.
Para quem é indicado?
O lucro real é indicado para empresas com margens apertadas, grande volume de despesas dedutíveis ou operações complexas. É obrigatório para instituições financeiras, empresas com receita superior a R$ 78 milhões e alguns setores regulados.
O que é o lucro presumido?
O lucro presumido simplifica a apuração, pois utiliza percentuais fixos sobre a receita bruta para presumir o lucro da empresa.
Esses percentuais variam conforme a atividade. Por exemplo:
- 8% para comércio e indústria.
- 32% para serviços em geral.
A empresa paga IRPJ e CSLL sobre essa base presumida, independentemente de seu lucro efetivo.
Vantagens do lucro presumido
- Simplicidade de apuração.
- Custos mais baixos com contabilidade e controle.
- Previsibilidade da carga tributária.
Desvantagens do lucro presumido
- Pode ser desvantajoso para empresas com margens baixas, já que a tributação incide mesmo em caso de prejuízo.
- Não permite aproveitar prejuízos fiscais.
- PIS e Cofins são geralmente apurados pelo regime cumulativo, sem créditos.
Regime de caixa x regime de competência
Um ponto importante é a possibilidade de escolher entre caixa e competência:
- Competência: o imposto é devido quando a receita é reconhecida contabilmente, mesmo sem recebimento.
- Caixa: o imposto é pago somente quando há efetivo recebimento.
Para empresas com fluxo de caixa sensível, o regime de caixa no lucro presumido pode trazer ganhos relevantes.
Comparação entre lucro real e lucro presumido
Aspecto | Lucro Real | Lucro Presumido |
Base de cálculo | Lucro líquido ajustado | Percentual fixo da receita |
Prejuízos fiscais | Pode compensar | Não pode |
PIS e Cofins | Não cumulativos (com créditos) | Cumulativos (sem créditos) |
Complexidade | Alta | Baixa |
Indicada para | Margens baixas, despesas dedutíveis, operações complexas | Margens altas, atividades simples |
Impacto no fluxo de caixa
O fluxo de caixa é um dos pontos mais sensíveis na escolha do regime.
- No lucro real anual, os tributos são pagos mensalmente por estimativa, mas há ajuste no fim do ano. Isso pode equilibrar o aproveitamento de créditos e prejuízos.
- No lucro real trimestral, os pagamentos são feitos de forma definitiva a cada trimestre, o que dá mais previsibilidade, mas pode aumentar a carga em períodos de baixa.
- No lucro presumido, a tributação segue uma lógica simples e previsível, mas não considera prejuízos ou variações no resultado real.
Portanto, empresas com alta volatilidade de resultados tendem a se beneficiar do lucro real. Já aquelas com receitas estáveis e margens confortáveis podem preferir o presumido.
PIS e Cofins: atenção redobrada
Outro ponto crítico é o impacto no PIS e na Cofins.
- No lucro real, esses tributos seguem o regime não cumulativo, permitindo créditos sobre insumos. Isso pode reduzir significativamente a carga em alguns setores, como indústria e serviços intensivos.
- No lucro presumido, os tributos são cumulativos, sem direito a créditos, o que geralmente resulta em maior carga.
Essa análise deve ser feita com base na natureza das operações da empresa.
Exemplos práticos
- Empresa de tecnologia com margem de lucro reduzida e alto gasto com equipe e insumos de software: tende a se beneficiar do lucro real pela possibilidade de deduzir despesas.
- Empresa comercial com margem elevada e operações simples: pode preferir o lucro presumido pela simplicidade.
- Empresa de serviços com grande sazonalidade: o lucro real trimestral pode ajudar a equilibrar períodos de prejuízo e lucro.
A importância das simulações
Não existe resposta única. A melhor forma de decidir é realizar projeções e simulações.
Essas simulações devem considerar:
- Receita bruta projetada.
- Margens de lucro esperadas.
- Custos fixos e variáveis.
- Possibilidade de créditos de PIS e Cofins.
- Sensibilidade ao fluxo de caixa.
Ferramentas de ERP integradas a dashboards de BI facilitam esse processo, consolidando dados e permitindo análises em tempo real.
O risco de não planejar
Empresas que não realizam esse tipo de planejamento correm riscos sérios:
- Pagarem mais imposto do que o necessário.
- Ficarem em desvantagem competitiva.
- Enfrentarem autuações fiscais por escolhas mal documentadas.
Portanto, o custo de não planejar é muito maior do que o investimento em uma análise preventiva.
O papel da consultoria especializada
Uma consultoria tributária, como a IRKO, pode ajudar a:
- Realizar projeções personalizadas.
- Simular cenários comparativos entre regimes.
- Avaliar riscos e oportunidades.
- Documentar corretamente a escolha do regime.
- Preparar a empresa para mudanças trazidas pela Reforma Tributária.
Essa parceria garante decisões mais embasadas e seguras.
Conclusão
Estamos às vésperas de um novo exercício fiscal, e a decisão sobre o regime de tributação de 2026 não pode ser adiada. A escolha entre lucro real e lucro presumido deve ser feita com base em dados, projeções e simulações bem estruturadas.
Mais do que cumprir obrigações fiscais, trata-se de tomar uma decisão estratégica capaz de gerar economia, melhorar o fluxo de caixa e aumentar a competitividade da empresa.
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